Páginas

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O porque da decisão

Lááá no primeiro post do blog comentei sobre eu ter decidido parar de trabalhar para me dedicar principalmente ao filho. Pois bem, disse que foi mais devido à amamenatação que fiquei em casa. Foi sim, creio que foi um dos fatores que mais pesou, só que não foi só isso não, tem mais aí... acabo me perdendo nas palavras e não escrevo tudo o que quero.

Sou paranaense, nascida e crescida em uma cidadezinha bem pequeninha no interior. Tive um infância excelente, brincava no sítio, tinha brincadeiras saudáveis que hoje infelizmente não vemos mais as crianças brincando. Tenho 2 irmãos mais velhos. Éramos como irmãos de verdade, brigávamos o tempo todo mas sempre juntos também. Meus pais tinham negócio próprio então, não davam a devida atenção pra gente, bem, vou falar por mim, não sei como meus irmãos se sentem em relação a isto. Minha mãe nunca tinha tempo pra mim, não me amamentou por opção mesmo, meu pai fazia ela dar mamadeira logo pra ela poder voltar ao trabalho, fui criada por empregadas que cuidavam da casa enquanto minha mãe só tinha tempo para seu negócio, eu fui uma criança saudável e feliz mas minha avó diz até hoje que eu parecia uma menina doente, que eu era muito quieta e ficava na tv o dia todo se minha mãe mandasse. Eu fui uma criança obediente, boazinha mas hoje eu sei o quanto eu era carente de meus pais. Cresci assim e via isso como uma coisa normal, o lado bom disso tudo é que cresci totalmente independente, sempre me virei sozinha pra tudo. Pra ter uma idéia minha primeira menstruação eu corri pra empregada pra contar, minha mãe ficou sabendo dias depois pela mesma, e não por mim. Nunca tive uma conversa franca com ela na adolescência, hoje tenho mas adolescente já viu... Minha mãe nunca assistia as apresentações de escola que eu adorava participar, até foi em alguns mais foram bem poucos, só se desse pra sair do trabalho mesmo.

Com tudo isso eles me davam de tudo, tudo mesmo, roupas, roupas e mais roupas, brinquedos e mais brinquedos... e assim cresci. Quase fútil, quase supérflua, mas meu caráter gritou mais alto (thanks God), e o tempo se passou, vim parar nessa cidade onde conheci meu marido, depois de 1 ano de namoro juntamos os trapos bem na louca mesmo. Mas o que eu ganhava era pra pagar meu carro e o que sobrava eu gastava em roupas e sapatos (dá pra entender?) porque eu tinha necessidade daquilo. Lógico que ele cortou minhas asinhas rapidinho (e com toda a razão), estávamos construindo tudo junto e não tinha cabimento aquilo o que eu fazia. Sofri... ai como sofri por ficar sem minhas roupinhas novas todo mês.

Foi passando o tempo, depois de ter passado minha abstinência, eu percebi o quanto eu era consumista e boba. Como tive uma criação errada, isso tudo é bem típico de mãe que quer suprir o carinho e a falta de tempo com coisas materiais. Hoje eu estou há 8 meses sem comprar uma blusinha sequer (óhhh ta parecendo depoimento de ex-AA kkkkkkk), antes eu comprava, de vez em quando mas comprava e no início do ano fiz um desafio a mim mesma de ficar 1 ano sem comprar nada, nadica de nada. É ruim mas não to morrendo por causa disso.

Bem, só pra não ficar mal entendido, eu amo minha mãezinha, muito mesmo mas não quero repetir esse mesmo erro dela (deles né, isso foi tudo influência do meu pai que sempre deu mais valor ao trabalho), eu sei o quanto isso tudo refletiu em mim e não quero meu filho passando por isso, estou tentando fazer meio que o inverso do que ela fez... trauma? não sei pode ser... acho que preciso de terapia! rs

Beijinhos


Um comentário:

Renata Lopes Costa disse...

É um assunto delicado e uma decisão que envolve muita coisa além de dinheiro...envolve nossos sentimentos em conseguir deixá-los sob outros cuidados, envolve afeto, medos por nossa parte...enfim, razões somente nossas. Acho que o que importa é estar em paz com a conciência e a sensação de estar fazendo a coisa certa.

Beijos...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...