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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Semana da criança - Nascer com respeito (Onde começa o respeito)

As mulheres da Parto do Princípio estão mobilizando a Semana do Respeito à Criança, uma semana de divulgação sobre aspectos relevantes da maternidade e paternidade ativa. Queremos ressaltar como o melhor presente que se pode dar à criança é o carinho, desde o seu nascimento.

Pela minha experiência, eu acredito que a falta de informação nos faz acreditar que os procedimentos realizados em hospitais são necessários. Na verdade nos fazem acreditar ser um mal necessário.

Por isso quero que as mulheres saibam, se informem, questionem e neguem tais procedimentos desnecessários. Pois um momento para ser tão lindo e especial se transforma em sofrimento para filho e mãe. Que tal começar o respeito a partir do nascimento?

Procedimentos desnecessariamente realizados em hospitais:

Aspiração - bebês nascidos de parto normal, que estejam bem, não precisam ser aspirados! Ao passar pelo canal de parto, os pulmõpes do bebê são massageados, provocando a expulsão natural dos líquidos.
Entretanto 100% dos bebês nascidos em hospital são aspirados com a sonda, como parte de protocolo hospitalar. A sonda é um tubo de plástico enorme que é introduzido até o estômago do bebê. É indicado para bebês que nascem de cesárea, justamente porque não recebem essa “massagem” durante a passagem pelo canal de parto.
Colírio de Nitrato de Prata – Outro protocolo ridículo. É um colírio que se pinga em 100% dos bebês nascidos em hospital como rotina. Na maioria dos casos causa conjuntivite química, que aparece apenas quando o bebê vai pra casa. A única indicação é para bebês que nascem de parto vaginal cuja mãe seja portadora de gonorréia – que geralmente é detectado no pré-natal né gente?
Então alguém me explica, pelo amor de Deus, porque mães saudáveis que tem seu filho via vaginal e porque bebês nascidos de cesárea também recebem esse colírio? Alguém aí já experimentou pingar uma gotinha do colírio pra ver o quanto arde?
Vitamina K - A vitamina K via injeção na coxa é feita no berçário, mas pode tomada via oral que funciona do mesmo jeito. É importante pra prevenir hemorragias no bebê. Quando tomada via oral, deve ser repetida mais duas vezes depois que o bebê vai pra casa.
Tem outras intervenções mais leves, como medir o bebê por exemplo. O bebê que estava ali, enroladinho dentro da barriga, de repente é esticado, sem maiores cerimônias para ser medido. Custa esperar um ou dois dias?? Custa?? Ahhhhh depois de alguns dias o bebezinho vai crescer muito né??
Dextro – exame de glicemia para bebês que são considerados grande! No hospital em que a Catharina nasceu, ela foi salva deste exame graças à neonatologista. Ela nasceu com 3,900 e o protocolo do hospital pregava que bebês que nascem acima de 3,700 devem ser picados para exame de glicemia a intervalos determinados pelo protocolo.
Banho de luz – É indicado apenas quando o bebê nasce com icterícia (geralmente bebês prematurinhos) num grau muito alto. Uma icterícia leve pode (e deve) ser tratada com banho de sol pela manhã e com o próprio aleitamento materno. Não é necessário separar o bebê da mãe!
Separação e introdução de fórmulas – Na maioria dos hospitais em nosso país, os bebês assim que nascem dão um cheirinho na mamãe e já vão para o berçário para sofrerem todas as intervenções, banho, etc. A desculpa é sempre de que a mãe precisa descansar (realmente precisamos – mas é aí que o acompanhante entra, outra lei que não é cumprida) – O pior da separação, é a introdução de fórmulas enquanto os bebês estão no berçário, prejudicando o aleitamento materno e a saúde do bebê. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde enfatizam cada vez mais a importância do contato pele a pele assim que o bebê nasce, e a amamentação imediata. É importante informação e empoderamento para fazer valer esse direito de mãe e bebê.


E mais um ponto importantíssimo que quero ressaltar: O uso de chuquinhas para bebês mesmo antes de serem amamentados pelas mães. Isso é um absurdo! Sou totalmente defensora do aleitamento materno e isso até as menos informadas (como eu era) sabemos que atrapalha a amamentação.

Se eu tivesse essas informações antes de ter meu filho, ele não sofreria. Por isso acho importante passar adiante para todas as mães para que façam a história do nascimento de seus filhos lindas e respeitosas, sem dores, sem separação, sem sofrimentos.

Para quem quiser mais informações, tem uma entrevista muito boa com a Dra. Ana Paula Caldas, pediatra formada pela UNICAMP e especializada em Neonatologia. Confira aqui.



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