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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A ciumenta

Me recordo como se fosse ontem. Quando Arthur nasceu comecei a experimentar milhares de sensações e sentimentos diferentes e confusos. Um deles foi o ciúmes. Fiquei muito ciumenta, não gostava que outras pessoas o segurassem no colo por muito tempo, morria de medo dele gostar mais de outra pessoa que de mim, morria de ciúmes, ou medo, ou não sei o que quando alguma mulher o segurava no colo e ele virava a cabecinha procurando o seio. Só não tinha ciúmes do marido, ele podia, mas só ele. Eu não desgrudava do bebê por nem 5 minutos, jamais o deixaria com alguém por nem 1 hora pra eu poder fazer alguma coisa, mesmo sendo necessário, me virava nos 30 e sempre fazia tudo com ele junto. Eu fazia pós graduação ainda quando ele nasceu e o marido tinha que ir junto pra ficar com ele e nos intervalos eu poder amamentar (Obrigada marido!).

O tempo foi passando e fui percebendo que ninguém no mundo iria me substituir, que eu sou a mãe e ninguém tiraria isso de mim. Fui me soltando mais, fui ficando menos ciumenta mas mesmo assim não o deixava ficar com ninguém que não fosse meu marido. E mesmo se ficasse com o pai eu ficava ligando pra garantir que estaria com ele mesmo, se ele não deixou com a vó ou com a madrinha para fazer qualquer coisa também. Coisa de mãe chata. Nunca gostei, até hoje não gosto. O filho é meu, quem cuida dele sou eu e ele não vai ficar largadinho pra lá e pra cá sendo que posso muito bem fazer tudo o que faço com ele junto de mim. Ele é meu companheirinho, ele é minha vida, é meu coração. Pode ser por eu não ter a minha família aqui perto de mim, a família que tenho perto é a do meu marido e infelizmente não me sinto tão da família assim. Pode ser que se estivesse com a minha por perto a história mudaria.

E Arthur pra minha alegria sempre foi grudadão em mim, até demais um tempo mas isso foi resolvido. E do mesmo jeito que eu precisava dele pertinho de mim percebi que era recíproco. Ele não podia me perder de vista. Até hoje é um pouco assim, ele vai brincar e quer que eu pelo menos sente perto pra ver ele brincar, pra garantir que eu estou ali à sua disposição. E quer saber? Eu amo isso!

De uns dias pra cá ele anda mais se identificando com o pai. Talvez pelas brincadeiras, talvez pela falta que sente do pai, talvez por simplesmente estar mais conectado à ele que a mim. Quando estamos em família eu tenho ficado pra escanteio um pouco, ele chega a dizer pra eu sair e até chorar se eu o pego do colo do pai. Ele não quer me dar beijinhos, nem "uta", nem nada. Não gostei nem um pouco disso. Fiquei morrendo de ciúmes! E nem consegui esconder que fiquei mordida. O marido fica tirando até uma onda com a minha cara de emburrada cada vez que Arthur não me quer. Eu até disse a ele: Claro, eu fico com toda a parte ruim e chata, eu tiro a tv e você liga a tv pra ele, eu quem proibo, eu quem troco as fraldas (que ele detesta fazer mesmo de cocô), eu quem dou remédio quando precisa. A sua parte é só brincar... E ele respondeu: Amor, eu passo tão pouco tempo com ele e você ainda quer que eu faça essas coisas? Deixa eu aproveitar o tempo com ele.

Ta bom vai, eu não tinha argumentos nem explicações pra isso e falei a primeira coisa que me veio à cabeça, mas não foi por mal. Agora o papai foi trabalhar e ele ta meu grudinho aqui comigo de novo... rs Mas vai demorar um pouco pra eu me acostumar a ficar de lado assim, ah vai!

beijos enciumados

2 comentários:

Futura mãmã disse...

Ciuminho normal de mae..eu ja o sinto as vezes e ainda nem nasceu rs...
Beijo

Fabiana disse...

Ariane é super normal eles se identificarem mais com o pai nesta fase. Não sei se com menina é assim também, mas os meninos tem mesmo esta relação de "adoração" pelo pai. E olha que aqui em casa o Carlos também dá bronca, troca fralda, desliga a TV e todas estas coisas, que para o Gustavo, são chatas. Eu nunca fui de ter ciúmes e agora então com os enjoos e falta de disposição da gravidez, tô achando é bom ele grudar no pai..rsrsrs

Bjão

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